Alimentação para Transtornos Mentais

O Cérebro humano possui capacidade de realizar neurogênese (formação de novos neurônios), mesmo na fase adulta. Um dos fatores que destacamos é o Fator Neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF), que participa da neurogênese e da sobrevivência dos neurônios já formados.

Para aumentar o BDNF usamos a curcumina, o zinco, a luteína, óleo de linhaça (ALA), ômega-3(DHA/EPA) e uma dieta rica em flavonoides (frutas E verduras).

Para as células SNC os nutrientes que podemos destacar são o ômega-3, vitamina C, vitamina E, vitamina do complexo B e flavonoides.

Para a formação da bainha de mielina (constituída 80% de ácidos graxos e 20% de proteínas), que irá revestir a maior parte dos axônios dos neurônios, permitindo a transmissão adequadas dos impulsos nervosos, destacamos o folato (B9), a N-Acetil-Cisteina (NAC), ômega-3 e ômega-6.

O N-Acetil-Cisteina (NAC) é obtido a partir do aminoácido L-cisteína. Funciona como um poderoso antioxidante. Os principais alimentos ricos em cisteína são: Leite e seus derivados, Cereais integrais, Castanha-de-caju, Castanha-do-pará, Nozes, Avelã, Amêndoas, Amendoim, Alho, Brócolis, Cebola roxa, Couve de Bruxelas.

A nutrição adequada é de extrema importância para o desenvolvimento e funcionamento cerebral. O excesso de xenobióticos e metais tóxicos podem gerar estresse oxidativo dentro do SNC, gerando neurotoxidades e contribuindo para o aparecimento de doenças ou sintomas neurológicos. Da mesma forma, o uso de pesticidas pode aumentar o risco de desenvolver os sintomas de depressão e ansiedade, além de problemas cognitivos em todas as idades.

Estudos demonstram que uma disfunção na barreira hematoencefálica é um componente comum para várias doenças que afetam o SN, como Alzheimer, Doença de Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ELA), epilepsia, entre outras.

Os nutrientes precisam atravessar a barreira hematoencefálica, através de proteínas carreadoras, para exercer suas ações no cérebro. Acredita-se que uma alimentação inadequada (pobre em nutrientes) e a presença de disbiose intestinal ou situações que aumentem a inflamação no indivíduo, possam propiciar uma alteração na barreira hematoencefálica, tanto física quanto nos receptores de proteínas, aumentando o risco de doenças neurológicas.

A principal forma de comunicação entre os neurônios é através da liberação de neurotransmissores, em um processo chamado de sinapse. Os principais neurotransmissores são:

  • Seratonina: sintetizada a partir do amino ácido triptofano, que usa como co-fatores diretos o magnésio, ferro ou cobre, vitamina B6, Vitamina B3 e ácido fólico (B9). Pode ser convertida em melatonina para controlar o ciclo circadiano (mecanismo pelo qual nosso organismo se regula entre o dia e a noite), em reações dependentes do NAC e SAME (S-adenosil-metionina).
  • Noradrenalina (aprendizado-memória-humor) / dopamina (recompensa-humor-prazer): sintetizadas a partir do amino acido tirosina, que usa como co-fatores diretos o magnésio, ferro ou cobre, vitamina B6, Vitamina B3 e ácido fólico.
  • Glutamato: principal neurotransmissor excitatório do SNC. Sintetizado a partir do intermediário do ciclo do ácido cítrico alfa-cetoglutarato ou a partir da glutamina.
  • GABA (Ácido Gama-aminobutírico): principal neurotransmissor inibitório do SNC. Associado a problemas de ansiedade, insônia, depressão, epilepsia, esquizofrenia etc. Sintetizado a partir do glutamato, pela enzima glutamato descarboxilase, dependente de vitamina B6.
  • Aceticolina: é um neurotransmissor com várias funções no SNC, incluindo termorregulação, ingestão de alimentos, memória e atenção. Sintetizado a partir da colina e da acetil coenzima A, dependente de vitamina B5.

Diversos estudos comprovam que o funcionamento adequado do intestino e a adequada composição da microbiota intestinal (bactérias que compõe a nossa flora) influenciam diretamente no funcionamento adequado do cérebro.

Na presença de uma disbiose ocorre o aumento de citocinas inflamatórias, alteração de metabolitos e neurotransmissores, refletindo em alterações no cérebro (mais estresse, alteração cognitiva e no humor).

Alimentação para os transtornos mentais:

  • Depressão: os sintomas podem estar associados a baixa dos minerais: zinco (produtos de origem animal como ostras, fígado, carne de boi, carnes escuras de aves, carne de vitela, caranguejo, ovos e cereais integrais), magnésio, selênio (castanha do Pará/Brasil, camarão, caranguejo, salmão, arroz e farinha de trigo integral, frango, carne bovina e suína, e leite), ferro (proteína animal e vegetal), manganês (grãos integrais, leguminosas, nozes e chás) e cobre (ostras, fígado, rim, chocolate, nozes, leguminosas secas, cereais, frutas secas, aves e mariscos); das vitaminas: complexo B em especial Ac. Fólico (B9), B12 e B6 (peixes, levedura de cerveja, fígado, castanhas, abacate e vegetais verdes, como couve e espinafre), vitaminas D (fígado, ovo, peixes), C (frutas cítricas, verduras escuras) e E (Óleo de gérmen de trigo, sementes de girassol, avelã); menor ingestão de triptofano, ácidos graxos poli-insaturados em especial ômega-3.
  • Ansiedade: os sintomas podem associados à baixa dos minerais: zinco, magnésio, selênio, ferro, manganês e cobre; das vitaminas: B12, vitaminas D, C e E; menor ingestão de ácidos graxos poli-insaturados em especial ômega-3.
  • Doença de Parkinson: a cafeína pode estar associada a redução em ate 50% do risco de doença de parkinson DP, segundo diversos estudos, além dos chás e das vitaminas antioxidantes como as vitaminas C, D, E, Selênio e Carotenoides, e os minerais como o zinco, selênio, cobre.

O exercício físico tem sido elemento de avaliação, pelo seu efeito benéfico, nas mais diferentes áreas clínicas, inclusive em doenças neuro degenerativas como a doença de Alzheimer.

  • Alzheimer: os principais nutrientes associados à prevenção da doença de Alzheimer (DA) são as vitaminas do complexo B, vitaminas C, D e E, ômega 3 e selênio. Os mecanismos de proteção destes nutrientes à demência e ao retardo do declínio cognitivo estão associados ao seu poder antioxidante, papel no funcionamento dos neurotransmissores, diminuição dos níveis de homocisteína entre outros.

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